Consumo de orgânicos fortalece a agricultura familiar

 

Os produtos frescos da agricultura familiar têm caído no gosto dos consumidores

A conscientização do consumidor tem ajudado a aumentar o número de produtores orgânicos, não só na Bahia como em todo o Brasil. Entendendo a demanda dos consumidores por alimentos mais saudáveis, os agricultores adotam métodos mais saudáveis para trabalhar na terra e garantir a subsistência, sem causar danos ao meio ambiente.
Atualmente, a área de orgânicos no Brasil é de 1,5 milhão de hectares, contanto com quase sete mil produtores, mais de 10 mil unidades de produção e quase 200 organismos de controle. A maioria desses produtores são agricultores familiares que começam a se organizar nos estados através do trabalho associativo, uma alternativa para fazer um contraponto à agricultura de larga escala.
Para Edilson Santos Silva, mais conhecido como Edilson Marujo, ou Marujão, agricultor em Itaberaba e presidente da ACPOBA – Associação Certificadora de Áreas, Defesa do Meio Ambiente e Produtores Orgânicos do Estado da Bahia, a agricultura orgânica vem crescendo em torno de 50% ao ano, se tornando a maior economia do mundo.
Na Bahia, esse crescimento ainda está em torno de 20% ao ano. Está crescendo, inclusive, a partir da realização das feiras de economia solidária no CAB (Centro Administrativo da Bahia), que tem atraído bastante gente, não só os funcionários, como pessoas que visitam os órgãos públicos e outras que vão ao local somente para fazer a feira.
Edilson diz que os alimentos orgânicos são tão importantes quanto cuidar de uma criança. “A vida começa pela boca e, quando consumimos um alimento saudável estamos preservando o coração, o cerebro, os ossos, o sangue, os músculos, enfim, atendemos a engrenagem completa do corpo humano”.
Além disso, os consumidores ajudam ao agricultor que produz o orgânico, ajudam a despoluir os rios e reflorestar as margens dos rios. O consumo de orgânicos garante a agricultura familiar, elimina os agrotóxicos e fortalece a cadeia alimentar. “As pessoas estão vendo que uma alimentação saudável é uma prevenção às doenças, e procuram se alimentar melhor, buscando a longevidade”, destacou.
Para o presidente da ACPOBA, o consumo de orgânicos deve ser estimulado com mais apoio institucional, para que haja uma logística mais eficaz no escoamento da produção. Neste quesito, o Governo da Bahia poderia fazer muito. Por exemplo, criar meios de transportes para atender as rotas de escoamento da produção orgânica. Seriam em torno de 20 rotas, o que não é o suficiente, mas já amenizaria esse grande gargalo da logística.
“Hoje, há em torno de cinco mil produtores familiares orgânicos na Bahia com sua produção limitada, sem poder comercializar por falta de logística; as estradas são ruins na zona rural e faltam incentivos para a produção. Faltam, por exemplo, recursos em infraestrutura para os produtores produzirem em maior escala, há excesso de burocracia nos editais e para os financiamentos do BNB”, declarou.
Como sugestão, teríamos a rota Chapada Diamantina/Salvador, que atenderia municípios como Seabra, Iraquara, Palmeiras, Lençóis, Wagner, Andaraí, Nova Redenção, Boa Vista de Tupim, Itaberaba, Rafael Jambeiro, Ipirá, Itatim, Santos Estevão, Feira de Santana, Conceição de Jacuípe, Amélia Rodrigues e Salvador. “O Governo poderia destinar para isso os micro ônibus que estão indo para leilão. Também poderia destinar aos agricultores orgânicos um ponto fixo em Salvador, como um boxe na Ceasa do Rio Vermelho”, defendeu o presidente da ACPOBA.
A ACPOBA é uma Organização de Controle Social (OCS) cadastrada no Ministério da Agricultura, que atende as feiras que acontecem no CAB (Setre, Educação, Seagri, CAR e Detran) e também, aos sábados, em Piatã, no Condomínio Veredas do Sol. Hoje, a associação representa em torno de 1.200 produtores em todo o estado. Infelizmente, poucos podem mandar seus produtos para Salvador, por falta de apoio logístico em todas as regiões da Bahia.
Candidato a deputado estadual nestas eleições, Edilson Marujo faz uma campanha focada na produção de orgânicos, na defesa do meio ambiente e na sustentabilidade do planeta. Se for eleito, suas emendas serão destinadas para a recuperação das matas ciliares dos rios da Bahia e seus afluentes, para o desassoreamento dos rios e reflorestamento das áreas degradadas. “Agricultura orgânica e o meio ambiente são inseparáveis, um depende do outro para estar bem”, completou Marujo.

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